Síndrome de Ménière

Q: A Síndrome de Ménière é incapacitante?

Sim, é incapacitante nos períodos em que provoca vertigem . Fora desses períodos, o paciente pode levar a sua vida normal.

O que é a Doença ou Síndrome de Ménière?

A doença de Ménière, ou Síndrome de Ménière, é uma doença do ouvido interno que afeta a audição e o equilíbrio.

Quando diagnosticada no paciente pela primeira vez, a doença de Ménière afeta apenas um ouvido. No entanto, cerca de 20 a 40% das pessoas continua a desenvolver a doença, atingindo os dois ouvidos.

Esta doença é prevalente entre os 40 e os 60 anos, aumentando o risco com a idade, e afeta com maior frequência as mulheres.

Causas da Síndrome de Ménière

A doença de Ménière, descrita por Prosper Ménière no fim do século XIX, não tem ainda uma causa que seja unanimemente aceite pela generalidade dos otorrinolaringologistas.

As causas aparentemente mais vezes envolvidas no aparecimento da síndrome relacionam-se com um excesso de ingestão de sódio, assim como uma hidratação exagerada.

Para além destas duas causas mencionadas, excesso de ingestão de sódio e água, a doença pode estar associada com:

alterações metabólicas;
infeções virais;
alergias;
problemas vasculares;
problemas hormonais;
doenças autoimunes;
entre outros.

Sintomas mais frequentes da doença de Ménière

A doença de Ménière caracteriza-se por episódios de vertigem, surdez, zumbido e sensação de ouvido cheio. Muitas vezes também é acompanhado por náuseas e vómitos.

Os episódios podem durar de minutos a horas ou, por vezes, dias.

Esta doença está associada a perda auditiva neurossensorial unilateral flutuante, começando normalmente nas baixas frequências, podendo progredir para as frequências mais elevadas.

As crises de vertigem são, muitas vezes, iniciadas por problemas relacionados com ansiedade e depressão.

Fatores de risco

Os fatores de risco são de ordem alimentar, por via da excessiva ingestão de sódio e da excessiva hidratação.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito pelo médico otorrinolaringologista através da avaliação dos sintomas e da história clínica.

Os exames de diagnóstico mais importantes são o audiograma tonal e vocal, a eletrococleografia e a videonistagmografia.

Possíveis tratamentos

Tendo em mente que provavelmente a causa mais frequente desta doença é a ingestão excessiva de sódio e líquidos, o tratamento baseia-se na eliminação destes dois fatores de risco. Não é aconselhável a eliminação total de sódio mas sim a sua utilização diminuta. A ingestão total de água diária pode obedecer ao princípio clássico de 30ml por kg de peso, mas a água deve ser ingerida em pequenas quantidades de cada vez e nunca em grandes quantidades. Estas duas atitudes constituem para nós os pilares fulcrais do tratamento da doença de Ménière.

Muitos otorrinolaringologistas utilizam a betahistina de maneira rotineira em doses variáveis para o tratamento desta doença. Duvidamos fortemente da sua eficácia terapêutica. Segundo o FDA (Food and Drug Administration), a betahistina no tratamento da doença de Ménière tem um sucesso comparável a um placebo.

No passado existiram tratamentos cirúrgicos para o tratamento desta doença, como a intervenção sobre o saco endolinfático e sobre o vestíbulo dilatado, intervenções estas que poucos cirurgiões utilizam no momento atual.

Pode, ainda, ser necessário medicação para aliviar as náuseas e a ansiedade associadas.

É, ainda, aconselhada a diminuição do consumo de álcool, cafeína e nicotina, pois são substâncias agressivas para as estruturas do ouvido. Uma alimentação equilibrada, prática de exercício físico e sono adequado podem também ajudar a reduzir as crises.

Situações stressantes devem ser evitadas, dado que podem estimular negativamente o sistema nervoso, desencadeando novas crises.

Quanto à reabilitação da doença de Ménière, ela incide na terapia de reabilitação vestibular, visando o reforço do equilíbrio. Podem ser recomendados exercícios para os momentos de crise que ajudam a diminuir os sintomas de tontura e desequilíbrio, melhorando a sensibilidade ao movimento e a segurança da pessoa.

Caso a audição esteja comprometida, é necessária, na maior parte das vezes, a reabilitação auditiva com recurso a próteses auditivas ou até implante coclear. A prótese auditiva só deve ser aplicada quando a audição deixa de ser flutuante.