A Vertigem Paroxística Posicional Benigna, ou VPPB, também conhecida como “doença dos cristais”, é o tipo mais frequente de vertigem periférica.
É habitualmente iniciada durante a noite, normalmente quando a pessoa muda de posição na cama, ou durante o dia com o movimento da cabeça.
Este tipo de vertigem, caracteriza-se por ser de curta duração, de apenas alguns segundos, no entanto muito frequente, podendo repetir-se ao longo do dia.
Basicamente a VPPB consiste na saída de otocónias (cristais de oxalato de cálcio) da sua localização normal no vestíbulo para órgãos vizinhos.
A VPPB é uma doença que, na maior parte dos casos, aparece espontaneamente sem nenhuma causa aparente. No entanto, o traumatismo craniano é também uma causa frequente desta patologia. Pode aparecer VPPB em situações de ‘chicote’, quando sofremos uma pancada súbita.
O sintoma predominante é a vertigem rotatória que pode ser muito intensa e extraordinariamente incapacitante, ligada a uma súbita mudança de posição de um dos ouvidos. A vertigem é muitas vezes acompanhada de náuseas e vómitos e total incapacidade para trabalhar.
Normalmente a doença dos cristais, ao contrário de muitas outras situações de vertigem, não é acompanhada de perda auditiva nem de zumbido.
O maior fator de risco é o traumatismo craniano. Qualquer profissão ou atividade que envolva este risco é algo que pode levar ao aparecimento de VPPB. Devemos contudo salientar que na maioria dos casos a VPPB aparece sem causa aparente associada.
O diagnóstico é feito através da história clínica complementada por manobras especiais. Primeiro, a manobra de Dix-Hallpike é aplicada para fazer o diagnóstico acerca de qual é o lado envolvido na VPPB através da presença de nistagmo (movimento involuntário do olho). O nistagmo pode ser de vários tipos, sendo o mais frequente o horizonto-rotatório, mas pode também ser horizontal ou vertical. Estes três tipos de nistagmo indicam qual é o canal semicircular que está envolvido na doença.
Como exames complementares, habitualmente são realizados audiograma (habitualmente normal), videonistagmografia e vHit. Este último exame proporciona informações sobre o canal semicircular envolvido na vertigem.
Não existe nenhum tratamento medicamentoso para o controlo de VPPB. Esta é a situação de vertigem cujo tratamento tem a mais elevada probabilidade de êxito através das manobras de Epley e Semont que basicamente devolvem as otocónias (cristais) ao seu habitat normal de onde nunca deviam ter saído.
Em situações de extrema raridade, quando nenhum tratamento médico resulta, existe a possibilidade de tratamento cirúrgico, que consiste na oclusão do canal semicircular envolvido na vertigem desse doente.
Complementarmente existem exercícios que se aplicam em doentes que exibem a doença com frequência, o mais conhecido de todos sendo o tratamento de Brandt-Daroff.
Se a melhoria clínica não for a expectável, poderá pensar-se na associação de VPPB a enxaqueca ou doença de Ménière, ou de VPPB central, cujo tratamento não é seguido do mesmo êxito do VPPB periférico.
O médico indicado é o otorrinolaringologista.
O não tratamento leva à existência de vertigem crónica e persistente.
Não existem medidas preventivas uma vez que a doença dos cristais é uma doença de cariz súbito e inesperado.
Não. Uma crise pode ser tratada com êxito, provocando o desaparecimento da vertigem, mas meses ou anos mais tarde poderá voltar a aparecer.
Os cristais estão num meio líquido podendo ser sujeitos a forças que os farão deslocar através dos canais semicirculares (de que o horizontal é o canal mais frequentemente envolvido). As forças poderão ser forças de origem gravítica (quando há uma rotação da cabeça) ou poderão ser forças de inércia geradas por acelerações (como no caso de um traumatismo).
Não existe medicação efetiva para o controlo de VPPB, sendo a sua cura obtida unicamente através das manobras posicionais de Epley e Semont.
Sim, pode, contudo é uma manobra cuja execução requer rigor e, como tal, deve ser acompanhada por um profissional de saúde.
Os exercícios são as manobras de Epley e Semont, complementadas pelas manobras de Brandt-Daroff.
Normalmente, após a execução correta da manobra de Dix-Hallpike, seguida da manobra de Epley ou Semont, o paciente fica, em poucos minutos, livre de sintomas, ainda que haja necessidade de manter a cabeça tão imóvel quanto possível durante algumas horas.
Não tem influência.
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