Timpanoplastia é uma intervenção cirúrgica que se destina a corrigir incorreções presentes na membrana do tímpano e ouvido médio.
Estas incorreções são habitualmente sob a forma de destruição de tecido causada por infeções.
Ao nível da membrana do tímpano, a lesão habitualmente existente é a perfuração. Ao nível dos ossículos, a lesão é a perda total ou parcial de cada uma daquelas estruturas.
As consequências mais importantes destas lesões são perda auditiva e infeções no ouvido médio, que é o que leva o paciente a procurar uma solução cirúrgica.
Tal como sucedeu com a otosclerose, que diminuiu fortemente com a vacina contra o sarampo, também o número de otites diminuiu com as condições sanitárias da população. Isto resulta num decréscimo de timpanoplastias comparativamente com as últimas décadas.
Esta cirurgia destina-se a corrigir múltiplas situações de doença que envolvem a membrana do tímpano e os três ossículos do ouvido médio.
De seguida, iremos explicar em que consistem os diferentes tipos de timpanoplastia, executados para correção de lesões da membrana do tímpano e da cadeia ossicular. Naturalmente estas lesões são consequência de infeções, habitualmente múltiplas, observadas no ouvido médio
Quando a cirurgia é limitada à correção de lesão da membrana do tímpano habitualmente sob a forma de perfuração, a cirurgia designa-se timpanoplastia do Tipo 1 ou miringoplastia.
Para além da simples perfuração timpânica existem múltiplas situações em que os órgãos lesionados são os ossículos, isto é, martelo, bigorna e estribo. A lesão mais frequentemente observada situa-se na articulação entre a bigorna e o estribo, dado que esta zona é pobremente vascularizada. Desta forma, a lesão que se observa mais correntemente é a falta de ligação entre a longa apófise da bigorna e a cabeça do estribo. Quando se executa a correção desta lesão, refazendo o contacto entre a longa apófise da bigorna e a cabeça do estribo, está a realizar-se uma timpanoplastia do Tipo 2, habitualmente complementada com reparação da perfuração do tímpano.
Quando não existe bigorna e a reconstrução da cadeia dos ossículos se faz entre a platina do estribo diretamente à membrana do tímpano realiza-se uma timpanoplastia do Tipo 3.
Quando não há qualquer ossículo e a membrana do tímpano é colocada sobre a platina do estribo, está a executar-se uma timpanoplastia do Tipo 4.
A timpanoplastia está indicada nas situações de perfuração da membrana do tímpano, associada ou não a lesões dos ossos do ouvido médio. Esta situação é frequente em todas as idades, começando na infância e progredindo muitas vezes até à idade adulta.
É interessante mencionar que a melhoria das condições sanitárias levou a uma clara diminuição da timpanoplastia, pois o número de otites médias com efusão (otite serosa), uma patologia que frequentemente precede a necessidade dessa cirurgia, diminuiu de modo muito significativo.
A finalidade da operação de timpanoplastia é normalizar a situação da membrana do tímpano, assim como dos ossos do ouvido médio.
A lesão mais frequente da membrana do tímpano é a perfuração, que é tratada colocando um enxerto de tecido conjuntivo ao nível da perfuração, no sentido de a fazer desaparecer.
Como já descrevemos, há vários tipos de timpanoplastia, que estarão relacionados com os vários tipos de lesão que os ossículos do ouvido médio possam apresentar.
Para reparar lesões dos ossículos no sentido de obter continuidade da cadeia ossicular podem usar-se próteses ou o próprio osso do paciente. Há, por isso, enxertos heterólogos e enxertos autólogos.
O prognóstico da reparação auditiva num doente que tem necessidade de uma timpanoplastia vai depender da severidade das lesões que aquelas estruturas apresentem. Assim, se a única lesão for uma perfuração timpânica, a probabilidade de êxito é superior a 95%. Quanto maior for a destruição dos ossos, menos satisfatória será a recuperação auditiva, na medida em que as próteses podem não conduzir o som de maneira eficiente.
A timpanoplastia é, em geral, realizada com anestesia geral.
Para reparar perfurações da membrana do tímpano, vários tecidos podem ser utilizados, sendo os mais frequentes o pericôndrio do tragus ou a fáscia temporal, que podem ser colocadas sobre a membrana do tímpano ou interiormente a esta.
Para reparar lesões dos ossos, existem variadas técnicas que podem utilizar enxertos heterólogos ou autólogos.
A timpanoplastia é realizada sob anestesia geral, em ambulatório. Ou seja, o paciente entra de manhã e sai no mesmo dia.
O pós-operatório de uma timpanoplastia é normalmente bastante simples e tanto mais simples quanto mais baixo é o seu tipo. Ou seja, uma cirurgia do Tipo 1 não deve causar dificuldade no pós-operatório, enquanto numa timpanoplastia do tipo 4 já pode haver alguma dificuldade no pós-operatório.
A dificuldade pode ser sob a forma de recuperação auditiva deficiente ou infeção pós-operatória. No caso da timpanoplastia do tipo 1, a única complicação é mesmo a infeção (que pode levar ao insucesso cirúrgico).
8 dias após a cirurgia o paciente deve ser observado para lhe ser removido um tampão que habitualmente se deixa no canal auditivo externo para servir de almofada a enxertos eventualmente colocados, assim como para melhor controlo de alguma hemorragia.
Se a cirurgia for realizada através do canal auditivo externo, não há incisões visíveis e, portanto, não há suturas a serem removidas. Se, pelo contrário, a cirurgia for realizada por via retroauricular, já há necessidade de remover suturas 8 dias após a cirurgia.
Cerca de 15 dias após a cirurgia, o paciente poderá voltar à sua vida normal, havendo apenas precaução com a entrada de água no ouvido.
Em relação a cicatrizes, se a intervenção cirúrgica for efetuada através do canal auditivo externo, não existe nenhuma cicatriz para além daquela que resulta da remoção do pericôndrio do tragus, cicatriz esta que também não é visível porque fica escondida pelo tragus. Se, pelo contrário, a timpanoplastia for feita por via retroauricular (por trás da orelha), existe uma cicatriz que ao fim de dois ou três meses desaparece.
A experiência da Clínica ORL com cirurgia timpanoplástica é muito vasta, superando as 2.000 cirurgias já realizadas.
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Na timpanoplastia do tipo 1, é expectável um bom resultado em mais de 95% das situações. Nos restantes tipos, o resultado vai piorando à medida que o tipo se vai tornando mais complicado.
Os resultados de timpanoplastia de todos os tipos são, de um modo geral, muito satisfatórios. No entanto, em qualquer dos tipos pode surgir infeção que pode comprometer os resultados, quer do ponto de vista de recuperação auditiva, quer do ponto de vista de recuperação estrutural.
O preço da timpanoplastia é regulado pelas seguradoras. Caso queira saber o preço, deverá contactar a sua seguradora. Caso não tenha seguro, deverá contactar diretamente a Clínica ORL pelo número 22 600 6000 de forma a receber um orçamento após avaliação em consulta.
É sempre vantajoso que o ouvido a ser operado esteja seco, isto é, que não haja infeção ativa. Só em circunstâncias excecionais, de incapacidade de dominar a infeção, é que se poderá intervir cirurgicamente num ouvido que não está completamente seco. Nestas circunstâncias, habitualmente, a operação não pode reduzir-se a uma timpanoplastia, mas tem que envolver também o osso da mastoide, operação que se designaria timpanomastoidectomia.
A timpanoplastia é uma intervenção que habitualmente não se caracteriza por acentuado risco cirúrgico, pelo contrário, é uma intervenção em que, normalmente, nem o cirurgião (durante a cirurgia) nem o paciente (no período pós-operatório) sentem dificuldades.
A timpanoplastia clássica raramente causa qualquer complicação. Nas timpanoplastias mais complexas pode haver lesões de estruturas do ouvido médio, tal como o nervo facial, e nessa altura pode surgir uma complicação importante sob a forma de paralisia facial. Outras complicações podem incluir lesões envolvendo o estribo.
Esta cirurgia não exige cuidados pós-operatórios especiais, somente a necessidade de não molhar a área operada durante 15 dias.
A cirurgia é geralmente bem tolerada pelos pacientes, de forma que no dia seguinte à cirurgia o paciente já se sente dentro do seu “estado normal”.
Ao fim de 8 dias o paciente deve regressar à clínica para ser removido tampão que ficou a ocluir o canal auditivo externo. Este canal deve ser limpo e, por vezes, há necessidade de se utilizarem gotas com antibiótico e corticoide, se se suspeita que a cicatrização não está a decorrer de maneira normal ou se há uma humidade exagerada no canal auditivo externo.
O doente deve ter uma vida praticamente normal e estar apto para o trabalho ao fim de 15 dias.
Procedendo a uma exame microscópico do ouvido podemos determinar se há perfuração do tímpano.
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