...

Timpanosclerose

Tabela de Conteúdos

O que é a Timpanosclerose?

A timpanosclerose é caracterizada pela deposição de placas esbranquiçadas de tecido conjuntivo denso, sobre a membrana timpânica e estruturas do ouvido médio.

A membrana timpânica, no seu estado normal, é fina e translúcida, com boa mobilidade. Quando estas placas se instalam, a membrana perde a sua transparência, e torna-se mais grossa e menos maleável.

Histologicamente, a timpanosclerose é uma alteração do tecido conjuntivo subepitelial da membrana timpânica e do ouvido médio. As placas de timpanosclerose (concentração de fosfato de cálcio) ocorrem devido a um processo degenerativo dentro do tecido conjuntivo. Isto leva a uma degradação das fibras de colagénio e origina uma calcificação distrófica (acumulação de sais em tecidos previamente lesados).

Quando este processo se restringe apenas à membrana timpânica, chama-se miringosclerose. Só se denomina timpanosclerose quando também é invadida a cadeia ossicular.

Causas da Timpanosclerose

Vários fatores podem contribuir para a formação destas placas de cálcio, incluindo:

  • cicatrização da membrana timpânica, após a saída dos tubos de ventilação, previamente colocados para drenagem de líquido do ouvido médio;
  • otites do ouvido médio;
  • infeções não tratadas, que se tornam crónicas;
  • traumas da membrana timpânica
  • eventual processo autoimune.

Estudos apontam para que estes depósitos de cálcio se formam como resposta a cicatrização/cura do ouvido, produzindo células extra de tecido.

Sintomas mais frequentes da Timpanosclerose

A miringosclerose, normalmente, é assintomática, sem causar perda auditiva. A timpanosclerose, embora seja uma condição relativamente benigna, pode originar perda auditiva de transmissão. Esta perda, geralmente, depende da extensão das placas timpanoscleróticas, da sua localização e grau de rigidez na cadeia ossicular. Um estudo de Berdich K. e colegas mostra que a dimensão e a localização destas placas são mais relevantes para a perda auditiva, do que o grau de calcificação.

Fatores de risco

Não existem fatores de risco específicos, pois vai depender de como o tecido conjuntivo que existe sobre a membrana do tímpano e no ouvido médio sobre os ossículos se comportar. Naturalmente que quantas mais otites uma pessoa tiver, maior a probabilidade de desenvolver timpanosclerose.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é feito através do exame do ouvido que se apresenta com uma cor esbranquiçada que lhe é conferida pelo fosfato de cálcio. Esta estrutura, além de modificar a cor da membrana do tímpano, também aumenta a rigidez deste órgão. Se a membrana do tímpano estiver íntegra, não há possibilidade de se ter ideia da extensão invasiva da timpanosclerose no ouvido médio à volta dos ossículos. Tudo isto leva a que o paciente possa ouvir mal, sendo a surdez tanto mais intensa quanto maior for a intensidade da invasão timpanosclerótica.

Há pacientes que têm audição normal e isto normalmente significa que se trata unicamente de miringoesclerose. Quando o problema é timpanosclerótico, observam-se graus variáveis de perda auditiva. 

Claro está que o diagnóstico tem que ser complementado por exame audiométrico e Timpanograma. Habitualmente o audiograma mostra uma perda de condução de intensidade média, enquanto que o Timpanograma mostra a rigidez do sistema da membrana do tímpano com uma curva achatada.

A tomografia computadorizada pode ser usada para verificar a dimensão da área afetada por timpanosclerose, no ouvido médio.

Possíveis tratamentos para a Timpanosclerose

Quanto ao tratamento, em casos de miringosclerose isolada, não é necessária nenhuma intervenção.

Em casos de timpanosclerose, à partida, o tratamento poderá ser cirúrgico. O médico deverá avaliar com muito cuidado a extensão exata da timpanosclerose, analisando quais as estruturas atingidas. Dependendo da situação, a membrana timpânica e a cadeia ossicular podem necessitar de ser reconstruídas individualmente, através de timpanoplastia / ossiculoplastia, respetivamente.

Quando ocorre a fixação da cadeia ossicular, ao nível do estribo, e a perda auditiva é mais acentuada, será mesmo necessária a intervenção cirúrgica, com recurso à inserção de prótese do estribo. A cirurgia envolve a excisão das áreas de timpanosclerose e posterior reparação da cadeia ossicular. Existem várias técnicas, por vezes envolvendo duas cirurgias, sendo as taxas de sucesso variáveis. Existe sempre o risco desta intervenção causar dano no ouvido interno, resultando em surdez sensorial.

Noutras situações, pode ser contraproducente a cirurgia, pois, normalmente, ao fim de alguns anos após a intervenção, o processo timpanosclerótico instala-se novamente, voltando a perda auditiva. Se não houver nenhum sintoma clínico, principalmente surdez, as placas de timpanosclerose não devem ser removidas.

Cabe ao médico otorrinolaringologista avaliar corretamente a abordagem mais apropriada.

Quando a cirurgia não é o procedimento mais adequado, ou quando a perda auditiva não é restaurada após a cirurgia, pode ser feita adaptação de próteses auditivas convencionais ou implantadas (implantes cocleares). Dependendo da situação, a perda auditiva pode ser completamente revertida ou, pelo menos, melhorar com o tratamento.

Embora os sintomas da timpanosclerose não sejam graves, é muito importante a correta abordagem para o seu tratamento. O objetivo é a preservação auditiva sem recurso a soluções que possam deixar sequelas.

Qual o médico que trata a Timpanosclerose?

Otorrinolaringologista

Possível evolução da Timpanosclerose

A evolução de uma timpanoesclerose não tratada é a manutenção da surdez.

Como prevenir

Embora nem sempre seja possível prevenir a Timpanosclerose, existem algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver essa condição.Tratar prontamente infeções no ouvido médio podem ajudar a prevenir o desenvolvimento da Timpanosclerose.

É importante consultar regularmente um médico otorrinolaringologista para monitorar a saúde do ouvido e detetar precocemente qualquer problema.

Seraphinite AcceleratorOptimized by Seraphinite Accelerator
Turns on site high speed to be attractive for people and search engines.