
A cirurgia denominada amigdalectomia é muito provavelmente a cirurgia mais frequentemente realizada no campo da otorrinolaringologia. Para além disso é também uma das mais antigas cirurgias efetuadas no corpo humano.
Quando nos referimos a amigdalectomia estamos a falar de uma intervenção que consiste na remoção de dois órgãos linfóides situados na transição da orofaringe com a hipofaringe, denominados amígdalas palatinas. Existem outros tipos de amígdalas, como as linguais e tubares, que são raramente intervencionadas cirurgicamente.
É usual, nomeadamente na criança, que haja uma associação de duas cirurgias, a remoção das amígdalas e das adenoides (adenoamigdalectomia). Saiba mais sobre a cirurgia às adenóides e amígdalas infantil.
A amigdalectomia no adulto tem 2 indicações principais: amigdalites frequentes e roncopatia.
A função das amígdalas é uma função que ainda hoje se discute, mas aceita-se que a amígdala seja uma primeira linha de defesa no sistema imunitário da linha aérea superior. Quando a função da amígdala palatina prejudica o indivíduo através de infeções repetidas, o papel que a amígdala palatina (se aceita que) exerce de defesa imunitária tem que ser ignorado, pois a infeção repetida assume maior importância. Assim, em casos de amigdalite de repetição, ou seja, múltiplas ocorrências durante o ano que causem incapacidade escolar ou de trabalho significativo, a situação deve ser tratada cirurgicamente.
Muitos doentes procuram o médico com queixa de garganta constantemente infetada, pois no seu autoexame constatam a presença de pontos brancos nas amígdalas. Esta situação não é de modo algum uma situação verdadeiramente patológica, e mais não é que a acumulação de restos alimentares nas cavidades das amígdalas. Todos temos na nossa boca microorganismos que se alimentam do corante das substâncias, pelo que, retirado o corante vermelho à carne e o verde à alface, ambos se tornam substâncias esbranquiçadas. Esta situação clínica, que na maior parte das vezes não causa sintomas importantes para além de um possível mau hálito, não constitui indicação para intervenção cirúrgica. Os pacientes devem ser aconselhados a proceder a uma higiene oral muito mais cuidada do que a que anteriormente tinham.
Até agora referimo-nos unicamente à amígdala que causa infeção, mal-estar, febre ou mau hálito, mas existe outra situação clínica importante de assinalar que é a apneia do sono, causada por hipertrofia gigante da amígdala palatina que, com imensa frequência, é razão de mau relacionamento conjugal. O ressonar intenso, cuja causa é unicamente o tamanho exagerado das amígdalas, deve receber tratamento adequado. Esta cirurgia amigdalina do ressonar é uma cirurgia relativamente recente ao contrário da cirurgia clássica e distingue-se pela circunstância de num grande número de casos ser necessário proceder somente a uma amigdalectomia parcial. Isto é muito importante no que se relaciona com a evolução pós-operatória. Enquanto a amigdalectomia clássica no adulto é uma cirurgia que causa dor muito violenta durante algumas semanas, a amigdalectomia parcial executada em casos de roncopatia não se acompanha praticamente de dor.
A amigdalectomia na criança caracteriza-se por duas grandes diferenças em relação aos adultos. Em primeiro lugar, a dor pós-operatória é de curta duração, cerca de 1 semana, e a alimentação é somente ligeiramente diferente do normal, ao contrário do que se passa no adulto. A segunda diferença é que a cirurgia amigdalina na criança é habitualmente acompanhada pela remoção das adenóides (adenoidectomia).
Tanto adultos quanto crianças podem realizar a cirurgia. É muito mais comum nas crianças do que no adulto, mas em ambos grupos a frequência aumentou de forma muito significativa nos últimos anos pelo facto de ser hoje muito mais frequente o tratamento da roncopatia.
A amigdalectomia na criança é efetuada sob anestesia geral. Alguns adultos, em certas circunstâncias, podem ser submetidos a cirurgia sob anestesia local.
Existem várias técnicas cirúrgicas. Um estudo comparativo das múltiplas técnicas, a técnica clássica, laser, bisturi elétrico, etc, apresentado há relativamente pouco tempo em Washington, no decurso da reunião da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e Pescoço, mostrou que a técnica clássica continua a ser a técnica de eleição para a cirurgia de amigdalectomia, tendo em conta os múltiplos parâmetros envolvidos nesta cirurgia, nomeadamente tempo cirúrgico, dor e complicações hemorrágicas.
Na Clínica ORL continuamos a optar pela técnica clássica, pois é a que nos tem oferecido os melhores resultados cirúrgicos.
Para além dos exames de rotina, que incluem análises hematológicas clássicas, não existe nenhuma preparação médica especial para esta cirurgia. A preparação deve ser feita em casa, pelos pais, tentando transmitir à criança confiança e tranquilidade.
Na criança a anestesia é sempre geral, enquanto que no adulto, excecionalmente, poderá usar-se anestesia local, em circunstâncias especiais. Esta cirurgia feita no adulto com anestesia local requer um paciente com capacidade de suportar incómodo e dor acima da média.
A cirurgia na criança é feita em ambulatório, tendo a criança alta no dia da cirurgia, exceto quando a criança tem menos de 3 anos de idade. O adulto ainda que possa ser submetido a cirurgia ambulatória, num número significativo de casos, prefere internamento de 1 dia para controlo da dor.
As principais complicações e incómodos desta cirurgia são a hemorragia e a dor.
A hemorragia ocorre mais frequentemente cerca de 1 semana após a cirurgia, ainda que possa surgir no próprio dia da cirurgia.
A dor, que varia de doente para doente, é muito menos intensa na criança do que no adulto. Também a duração da dor na criança é mais curta que no adulto que, por vezes, tem dores consideráveis e prolongadas.
Nas crianças, a dor controla-se facilmente com paracetamol, enquanto que o adulto necessita de medicação muito mais intensa sob a forma de opiáceos.
A cirurgia amigdalina é realizada pela boca pelo que não deixa cicatriz na face. Existem apenas cicatrizes internas não visíveis que recuperam totalmente.
Tal como em qualquer cirurgia efetuada sob anestesia geral, existem sempre os riscos associados à anestesia. A enorme maioria das complicações envolvidas nestas cirurgias não se relacionam com a cirurgia em si, mas sim com a anestesia geral.
Uma possível complicação pós-operatória, que muitas vezes é difícil de ser tratada dada a habitual falta de colaboração do paciente (normalmente uma criança), é a hemorragia.
Esta cirurgia é a cirurgia mais comum no domínio da otorrinolaringologia e, como tal, a experiência da Clínica ORL com amigdalectomias é muito vasta, ainda que nos consideremos cirurgiões conservadores.
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O preço da amigdalectomia é regulado pelas seguradoras. Caso queira saber o preço, deverá contactar a sua seguradora. Caso não tenha seguro, deverá contactar diretamente a Clínica ORL pelo número 22 600 6000 de forma a receber um orçamento após avaliação em consulta.
Pode-se comer tudo que seja tolerado, à temperatura que quiser. O velho conceito da alimentação com gelados não tem base científica. É, no entanto, vantajoso colocar os músculos da mastigação em funcionamento pois isso garantidamente diminui a dor pós-operatória.
Na criança, a dor controla-se com analgésicos, enquanto no adulto é necessário a administração de opiáceos.
Sim, pode mudar temporariamente, mas volta ao que era antes da cirurgia.
Depois de totalmente removidas, as amígdalas não voltam a crescer.
Na realidade pode fazê-lo, e será até vantajoso, no dia seguinte à cirurgia, na medida em que a estimulação muscular faz diminuir a dor de maneira considerável.
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