Roncopatia, ou ressonar, é o som vibratório que ocorre durante o sono quando o ar passa por vias respiratórias parcialmente obstruídas. A vibração de estruturas como o palato mole, a úvula, a língua e as paredes da faringe gera este ruído, que varia de intensidade e frequência. Embora comum, o ressonar pode ser sinal de um problema respiratório mais grave.
Este distúrbio é mais frequente em homens, pessoas com excesso de peso e idosos. O seu diagnóstico e tratamento são fundamentais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.
A roncopatia consiste no ato de ressonar, ou seja, produzir um som durante o sono por vibração de tecidos das vias respiratórias. O som é mais comum em pessoas que respiram com maior esforço devido à obstrução parcial dessas vias, sendo semelhante ao som de uma bandeira ao vento.
Apesar de inicialmente parecer inofensivo, o ressonar pode ser indicativo de distúrbios respiratórios mais graves, como a apneia obstrutiva do sono, que exige atenção médica (otorrinolaringologia).
O ressonar é provocado por fatores que dificultam a passagem de ar pelas vias respiratórias superiores. Estes fatores podem ser comportamentais, anatómicos ou fisiológicos.
As causas mais comuns incluem:
Para além do som característico, a roncopatia pode manifestar-se através de sintomas que afetam o dia-a-dia:
Estes sintomas são agravados caso o ressonar esteja associado à apneia do sono.
O diagnóstico começa com a observação clínica realizada por um Otorrinolaringologista da Clínica ORL. O especialista avalia as estruturas das vias aéreas superiores, como nariz, garganta e mandíbula.
É comum ser solicitado o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), dado que o excesso de peso é um fator agravante.
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade, é recomendado realizar uma polissonografia (PSG). Este exame monitoriza o sono e identifica a presença da apneia do sono. O grau de severidade é determinado com base no Apnea-Hypopnea Index (AHI):
O tratamento da roncopatia depende da causa subjacente e da gravidade do caso. As opções incluem medidas conservadoras, dispositivos médicos ou cirurgia.
Mudanças no estilo de vida são a primeira linha de intervenção:
Quando as medidas conservadoras não são suficientes, o médico pode sugerir:
A terapia miofuncional, conduzida por um terapeuta da fala, é uma abordagem eficaz para casos de roncopatia e apneia do sono leve a moderada. Esta terapia foca-se no fortalecimento dos músculos da língua, palato mole, faringe e região orofacial, ajudando a evitar o colapso das vias aéreas durante o sono.
A prática regular de exercícios específicos pode:
Trata-se de uma abordagem não invasiva, com resultados promissores apoiados por evidência científica.
Quando a obstrução anatómica é predominante, ou quando medidas conservadoras, dispositivos médicos ou terapia miofuncional não bastam, pode recorrer-se a intervenção cirúrgica. A escolha do procedimento depende do nível (ou níveis) de colapso detectado, da presença de Apneia do Sono associada e das características anatómicas e clínicas do doente.
A Uvulopalatofaringoplastia resseca ou remodela o excesso de tecido do palato mole, úvula e paredes laterais da orofaringe, aumentando o calibre desta região. É mais eficaz em doentes não obesos, com obstrução palatal predominante e apneia do sono leve-moderada. Pode reduzir 40 a 60 % dos episódios de apneia e a intensidade do ronco, mas implica dor faríngea nas primeiras semanas; raramente ocorre regurgitação nasal ou alteração permanente da voz.
A Septoplastia é indicada quando existe um desvio do septo nasal (estrutura que separa as narinas), que dificulta a respiração nasal e favorece o ressonar. A cirurgia corrige a posição do septo, melhorando o fluxo de ar pelas vias nasais. Pode ser combinada com outras intervenções nas conchas nasais (turbinoplastia) para maximizar o benefício respiratório.
A roncopatia pode parecer apenas um incómodo noturno, mas quando persistente ou associada à apneia, pode provocar:
Por isso, o ressonar contínuo não deve ser desvalorizado. Identificar e tratar a roncopatia atempadamente é essencial para prevenir complicações.
O médico que trata problemas de roncopatia e apneia do sono é o Otorrinolaringologista.
Sim, muitas pessoas ressonam ocasionalmente. No entanto, quando o ruído é constante ou perturba o sono, deve ser avaliado clinicamente.
Não necessariamente. O ressonar pode ocorrer de forma isolada, mas a apneia deve ser descartada através de polissonografia.
Sim. Quando a causa é reversível, como excesso de peso ou obstruções nasais, o tratamento adequado pode eliminar o ressonar.
Não existem medicamentos específicos. O tratamento baseia-se na correção da causa.
Dormir de lado é a posição mais recomendada. Dormir de costas ou de barriga para baixo pode agravar o ressonar.
Sim. Em crianças, é frequentemente causado por aumento das amígdalas ou adenóides, e pode ser resolvido com cirurgia.
Alguns fatores anatómicos que favorecem o ressonar podem ter componente genético.
Tópico | Resumo |
O que é a roncopatia | Ruído provocado pela vibração de tecidos nas vias respiratórias durante o sono |
Causas principais | Anatomia, excesso de peso, álcool, sedativos, envelhecimento, posição ao dormir |
Sintomas | Cansaço, sonolência diurna, dores de cabeça, despertares frequentes |
Diagnóstico | Exame clínico por Otorrinolaringologista + polissonografia |
Tratamentos | Mudanças no estilo de vida, dispositivos intraorais, CPAP, cirurgia, terapia da fala |
Riscos | Apneia do sono, doenças cardiovasculares, acidentes por sonolência diurna, conflitos conjugais |
Médico indicado | Otorrinolaringologista |
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui uma avaliação médica personalizada. Em caso de sintomas persistentes ou dúvidas, agende uma consulta.
Fontes
Na Clínica ORL
Morada: Avenida da Boavista, 117 – 6.º andar, Sala 606, 4050-115 Porto
WhatsApp us