Patologias do ouvido médio

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Como é constituído o ouvido médio?

O ouvido médio está inserido entre o ouvido externo e o ouvido interno. Separa-se do externo pela membrana timpânica e do interno pela janela oval. Também chamado cavidade timpânica, é preenchido por ar, contendo a cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo), ligamentos, músculos e uma porção do nervo facial. A comunicação entre o ouvido médio e a nasofaringe é feita através de um canal, chamado trompa de Eustáquio.

Qualquer transtorno ocorrido no ouvido médio pode levar a surdez de transmissão.

 

Quais as patologias do ouvido médio mais frequentes?

As patologias do ouvido médio mais comuns incluem:

1) Otite média

A otite média é uma infeção do ouvido médio. Pode ser causada por bactérias (otite bacteriana), vírus (otite vírica) ou mais raramente por fungos (otite fúngica). As secreções do ouvido médio podem ser serosas (líquido fino e aquoso) purulentas (pus), mucosas (líquido espesso, viscoso) ou mucopurulentas (combinação destas).

A otite serosa, uma das principais causas de surdez na criança, pode surgir como consequência de uma disfunção da trompa de Eustáquio.

O diagnóstico é confirmado por timpanometria e audiometria.

A sua reabilitação é feita através de tratamento médico (anti-inflamatórios, antivíricos, analgésicos, descongestionantes nasais, entre outros, de acordo com a respetiva etiologia). Pode, ainda, ser necessário tratamento cirúrgico que consiste na miringotomia com colocação de tubos de ventilação. Esta incisão da membrana timpânica facilita a drenagem das secreções do ouvido médio.

Se a otite não for curada num período até 3 meses pode tornar-se crónica e levar a maior perda auditiva. Também nestes casos, pode ser necessário recorrer a intervenção cirúrgica.

2) Perfuração timpânica

As causas que mais frequentemente provocam perfurações da membrana timpânica são a otite crónica e o trauma. Perfurações traumáticas podem ocorrer por lesões penetrantes, acidentes na água, barotrauma, explosões, ou fraturas ósseas temporais. Pequenas perfurações (menos de 2 mm) muitas vezes cicatrizam espontaneamente. Se a perfuração ou perda auditiva persistir após dois meses, a sua reabilitação deve ser feita cirurgicamente. É de salientar que em casos de perfuração, o recurso a prótese auditiva não é a melhor solução.

3) Miringosclerose / timpanosclerose

A miringosclerose, caracterizada pela deposição de placas de cálcio na membrana timpânica, raramente evolui para perda auditiva. No entanto, se esta condição progride para os ossículos, forma-se a chamada timpanosclerose. Neste caso, toda a cadeia ossicular fica mais rígida, dificultando a passagem do som, e provocando, assim, perda auditiva que pode vir a ser significativa. A reabilitação auditiva por cirurgia nem sempre é eficaz, por ser comum recidivar ao fim de alguns anos. Assim, muitas vezes é preferível o recurso a próteses auditivas.

4) Colesteatoma

Colesteatoma é um acúmulo de epitélio escamoso dentro do ouvido médio com crescimento destrutivo. Esta massa pode ser consequência de otite média. Esta patologia pode expandir-se e envolver a mastoide, ouvido interno e nervo facial, o que implica sempre o recurso a cirurgia.

5) Desarticulação da cadeia ossicular

A luxação de parte da cadeia ossicular diminui a transmissão da onda sonora, provocando surdez. Pode ser consequência de otites, perfurações timpânicas, traumatismos, ou ainda, de origem congénita. Dependendo da situação, a sua reabilitação pode ser cirúrgica, ou com recurso a próteses auditivas ou implantes osteointegrados.

6) Otosclerose

A otosclerose é caracterizada por crescimento anormal de osso ao nível do estribo, na janela oval, impedindo a vibração normal do movimento ossicular. Geralmente há um histórico familiar associado. A reabilitação auditiva preferencial nesta patologia é a cirurgia, embora a aplicação de próteses auditivas possa ser também uma boa solução.

7) Tumores

Existem tumores benignos e malignos, cuja reabilitação é sempre cirúrgica. O diagnóstico é difícil, sendo importante a realização de ressonância magnética e tomografia computorizada.

8) Malformação congénita dos ossículos

Esta patologia pode ser um fenómeno isolado ou fazer parte de diferentes síndromes, como por exemplo, Goldenhar, Treacher Collins, entre outros. A sua reabilitação preferencial pode ser o recurso a implantes osteointegrados.

 

 

John Doe

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