Um colesteatoma é um cisto ou uma bolsa de retração existente na membrana do tímpano. Este cisto é rodeado por um revestimento de epitélio escamoso (tecido formado por células finas e achatadas), que vai acumulando queratina (formada a partir de células mortas), libertando um produto purulento com mau odor. Antigamente, os médicos faziam o diagnóstico cheirando o ouvido, pois o mau odor era altamente característico da existência de colesteatoma.
O colesteatoma era outrora uma doença extremamente frequente e perigosa, o que mudou radicalmente nos últimos anos. No passado, havia enfermarias somente para doentes com colesteatomas, dada a sua enorme prevalência. Atualmente a doença existe, mas assume um carácter diferente do que assumiu no passado.
O colesteatoma pode localizar-se em qualquer área do osso temporal, embora a localização mais frequente seja a parte superior da membrana do tímpano, região anatomicamente designada de pars flácida. Este tumor no ouvido, constituído praticamente por pele, tem a característica importante de poder destruir osso da vizinhança e invadir estruturas importantes à sua volta. Ao destruir osso, o colesteatoma causa importante situação purulenta que resiste ao tratamento médico, necessitando a maior parte das vezes da “cirurgia de colesteatoma” para a sua eliminação.
A variante mais frequente é o colesteatoma adquirido, normalmente localizado na parte superior da membrana do tímpano, chamada pars flácida. Esta área começa a ser sugada para dentro e forma uma bolsa que tem somente uma pequena abertura de exteriorização para o que eventualmente lá for produzido. O que é produzido é pus e é extremamente mal cheiroso.
Em oposição a este colesteatoma adquirido, existe a variante congénita, muito menos frequente. O colesteatoma congénito deve-se à indevida retenção de uma célula epitelial na cavidade do ouvido médio que lentamente se vai desenvolvendo, formando um quisto que facilmente se vê através da membrana do tímpano. Eventualmente, se o tumor crescer, a membrana do tímpano pode ser invadida e pus começar a sair para o exterior.
Existe um terceiro tipo de colesteatoma, localizado não no ouvido médio, mas sim em pleno canal auditivo externo. Esta variante chama-se queratoma e tem um comportamento muito mais benigno do que as outras. Basta uma limpeza meticulosa e frequente do canal com remoção de células mortas e cerúmen para que a situação seja controlada.
O colesteatoma congénito é causado pela retenção indevida de uma célula epitelial em plena cavidade do ouvido médio. Este é um local impróprio para uma célula epitelial. Se tem condições favoráveis, esta célula vai-se multiplicando, acabando por formar um pequeno tumor no ouvido facilmente observável através da membrana do tímpano. Normalmente o seu único sintoma é perda auditiva muito moderada ou nenhuma.
O colesteatoma adquirido resulta da formação de uma bolsa de retração que surge em plena membrana do tímpano, bolsa esta que começa a acumular células mortas e queratina que levam eventualmente ao aparecimento de pus com cheiro muito desagradável.
Os sintomas do colesteatoma são os de uma infeção crónica do ouvido, particularmente resistente ao tratamento médico local.
O principal sinal é a presença de uma secreção com odor forte, acompanhada por algum grau de perda auditiva.
O colesteatoma pode danificar ossos próximos, invadindo estruturas importantes como a cadeia ossicular, o nervo facial e até a cavidade craniana, pelo que é muito importante um diagnóstico atempado.
No passado era frequente o colesteatoma poder evoluir para meningite, situação que hoje já não se observa.
O diagnóstico de colesteatoma é feito através de uma observação microscópica. Habitualmente nota-se material purulento (pus) na parte superior da membrana do tímpano. Aspirado o pus, a área cística é exposta e facilmente observável.
Na grande maioria das vezes, o tratamento do Colesteatoma é cirúrgico. No entanto, em certas situações de exceção (doente muito idoso por exemplo) é possível controlar a doença somente através de meticulosa limpeza local associada a antibiótico local.
O tratamento habitual do colesteatoma é cirúrgico. A finalidade principal da cirurgia de Colesteatoma é a eliminação total do cisto, assim como do osso que foi sendo invadido pela doença.
Na cirurgia de colesteatoma, o cirurgião muitas vezes enfrenta o dilema entre priorizar a melhoria da audição ou realizar o procedimento corretamente. Esse é um erro a evitar. No tratamento do colesteatoma, a principal prioridade deve ser o controlo da doença, garantindo que ela seja totalmente tratada, mesmo que isso possa significar que a recuperação da audição não seja o foco imediato.
O médico responsável pelo tratamento de Colesteatomas é somente o cirurgião de ouvidos, o otorrinolaringologista.
Como já foi referido atrás, este perigoso cisto, tem enorme capacidade destrutiva e, por isso, é altamente recomendável a sua exérese cirúrgica.
Sim, tem cura cirúrgica (tratamento mais frequente) ou médica, dependendo do caso.
Sim, pode. Se a cirurgia não for completa pode haver recidiva da situação.
É muito pouco provável que tal situação aconteça.
O principal risco é a não remoção completa da lesão e portanto haver um recidiva da situação.
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