O timpanograma tipo C é um resultado específico do exame de timpanometria que indica uma alteração na pressão do ouvido médio, geralmente associada a uma disfunção da trompa de Eustáquio.
Embora nem sempre esteja ligado a uma infeção ativa, este resultado é um sinal de que o ouvido médio não está a ventilar corretamente, e por isso, merece atenção clínica.
O que é o Timpanograma Tipo C (qual o significado)?
O timpanograma é um gráfico que representa a forma como o tímpano reage a alterações de pressão. No tipo C, a curva aparece deslocada negativamente, indicando que há pressão negativa no ouvido médio, ou seja, o tímpano está retraído.
Este padrão sugere que o ouvido médio não está a receber ar suficiente através da trompa de Eustáquio, o canal que liga o ouvido à parte posterior do nariz.

Porque é importante?
Identificar um timpanograma tipo C permite ao audiologista da Clínica ORL:
- Diagnosticar disfunções da trompa de Eustáquio;
- Avaliar pressão negativa persistente no ouvido médio;
- Prevenir o aparecimento de otite média com efusão (líquido acumulado);
- Monitorizar a evolução após infeções respiratórias ou cirurgias;
- Identificar alterações auditivas temporárias, especialmente em crianças.
É frequente em situações de constipações, alergias, rinite, sinusite, ou após voos e mudanças de altitude.
Como é realizado o exame?
O exame é simples, rápido e indolor, realizado em ambiente clínico por um audiologista:
- O paciente permanece sentado, em repouso;
- Uma pequena sonda é colocada no canal auditivo;
- O equipamento emite sons suaves e altera a pressão do ar;
- O tímpano responde a estas variações e o aparelho gera o timpanograma.
Tratamentos para Timpanograma Tipo C
O tratamento de pacientes diagnosticados com o timpanograma do tipo c depende da causa da pressão negativa. Em muitos casos, o timpanograma tipo C pode normalizar-se espontaneamente. Caso não aconteça, dependendo da causa subjacente, os tratamentos poderão ser os seguintes:
Causa | Tratamento | Justificação |
---|---|---|
Infecção respiratória viral (ex.: constipação) | Descongestionantes nasais (com cuidado), hidratação, repouso | Reduz o edema e a congestão da tuba auditiva |
Alergias (ex.: rinite alérgica) | Antihistamínicos, corticosteroides nasais | Diminui a inflamação e o edema na tuba auditiva |
Otite média (em fase inicial ou de resolução) | Vigilância, analgésicos, eventualmente antibióticos | Controla a evolução da infecção e favorece a normalização da pressão |
Disfunção crónica da tuba auditiva | Manobras de Valsalva, exercícios de auto-insuflação, corticosteroides nasais, etc | Auxilia na abertura da tuba e na equalização da pressão |
Alterações anatómicas (ex.: hipertrofia das adenóides, desvio do septo nasal) | Cirurgia (adenoidectomia, septoplastia) | Corrige as causas anatómicas de obstrução |
O tratamento será estabelecido pelo médico otorrinolaringologista, com base na avaliação clínica e nos exames realizados, tendo em conta as necessidades específicas de cada paciente.

Possível evolução da patologia se não for tratada
Se a pressão negativa no ouvido médio se mantiver por longos períodos, podem surgir complicações como:
- Acumulação de líquido (otite serosa);
- Perda auditiva temporária;
- Sensação de ouvido tapado ou pressão constante;
- Maior risco de otites médias recorrentes;
- Alterações estruturais no tímpano, como retração prolongada.
Por isso, mesmo que o tipo C seja muitas vezes reversível, o seu acompanhamento é essencial.
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