Amigdalite viral: quais os sintomas e como tratar?
Otorrinolaringologia
Comments Off

Amigdalite viral: quais os sintomas e como tratar?

Tabela de Conteúdos

A amigdalite viral é uma inflamação das amígdalas causada por vírus – muito frequente em crianças, adolescentes e também em adultos. Costuma provocar dor de garganta, febre e mal-estar geral e, na maioria dos casos, melhora sozinha ao fim de alguns dias com medidas de suporte.

Neste artigo explicamos, de forma clara e rigorosa, o que é a amigdalite viral, quanto tempo costuma durar, como se trata e quando é importante ser observado por um otorrinolaringologista.

Tabela Resumo

Tópico

Resumo

O que é

Inflamação das amígdalas causada por vírus, muitas vezes associada a constipação ou “gripe”.

É contagiosa?

Sim. Transmite-se por gotículas de saliva, contacto direto com secreções e mãos contaminadas.

Sintomas principais

Dor de garganta, dificuldade em engolir, febre baixa a moderada, mal-estar, tosse, nariz entupido ou a pingar.

Diagnóstico

Baseia-se na história clínica e observação da garganta; em casos duvidosos, zaragatoa faríngea e análises de sangue.

Tratamento

Suporte: analgésicos / antipiréticos, hidratação, alimentação macia, pastilhas/sprays e repouso. Antibióticos não são eficazes na infeção viral.

Evolução habitual

Melhoria em 3-7 dias, com redução progressiva da febre e da dor de garganta.

Quando procurar médico

Febre alta persistente, dificuldade em engolir ou respirar, dor intensa unilateral ou episódios de amigdalite de repetição.

O que é a amigdalite viral?

A amigdalite viral é uma inflamação das amígdalas – duas estruturas de defesa situadas na parte posterior da garganta – desencadeada por vírus que infetam as vias respiratórias superiores.

Em muitos casos surge integrada num quadro de infeção respiratória aguda, do tipo constipação ou síndrome gripal, em que além da dor de garganta existem queixas como febre, tosse, nariz entupido e sensação de cansaço.

Normalmente, a amigdalite viral é uma infeção benigna e autolimitada: o próprio sistema imunitário elimina o vírus ao fim de alguns dias, desde que a pessoa esteja bem hidratada, descanse e faça tratamento sintomático adequado. O ponto crítico é distinguir a amigdalite viral da amigdalite bacteriana, uma vez que esta última pode necessitar de antibiótico. 

Para informação mais abrangente sobre este tema, pode também consultar a página de patologia amigdalite.

Quais as possíveis causas da amigdalite viral?

A amigdalite viral resulta da infeção por vírus respiratórios, entre os quais se destacam:

  • Adenovírus;
  • Rinovírus;
  • Vírus da gripe (influenza);
  • Parainfluenza;
  • Alguns enterovírus;
  • Vírus Epstein-Barr (mononucleose infecciosa), entre outros

Na maioria dos casos, é uma infeção benigna e autolimitada, que se resolve com tratamento sintomático. O principal desafio é distingui-la de uma amigdalite bacteriana, que pode exigir antibiótico.

A amigdalite viral é contagiosa? Como se transmite?

A amigdalite viral é contagiosa, sobretudo nos primeiros dias de sintomas. Os vírus passam de pessoa para pessoa principalmente através de:

  • Gotas de saliva libertadas ao falar, tossir ou espirrar;
  • Contacto direto com secreções (beijos, partilha de talheres, copos ou escovas de dentes);
  • Mãos contaminadas que tocam na boca, nariz ou olhos após contacto com superfícies infetadas.

Estas vias de transmissão explicam por que motivo muitas famílias ou turmas de escola desenvolvem sintomas semelhantes em poucos dias.

Quais os fatores que aumentam o risco de transmissão?

Nem todas as pessoas expostas a estes vírus desenvolvem amigdalite, mas o risco é maior quando:

  • Existe contacto próximo em creches, escolas e locais de trabalho fechados;
  • Estamos em épocas de outono / inverno, com maior circulação de vírus respiratórios;
  • Há privação de sono e stress prolongado;
  • Existe tabagismo ativo ou passivo;
  • Rinite alérgica mal controlada.

Quais os sintomas mais frequentes da amigdalite viral?

Os sintomas da amigdalite viral podem ser ligeiros ou moderados e tendem a aparecer de forma gradual:

  • Dor de garganta, sensação de arranhar ou queimor;
  • Dificuldade em engolir (especialmente alimentos sólidos);
  • Febre baixa a moderada;
  • Mal-estar geral e fadiga;
  • Dores musculares e dores de cabeça;
  • Tosse seca ou pouco produtiva;
  • Nariz entupido ou a pingar;
  • Gânglios do pescoço ligeiramente aumentados e dolorosos ao toque;
  • Halitose (mau hálito) ocasional.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico correto é o passo mais importante para evitar a toma desnecessária de antibióticos. Na Clínica ORL, avaliamos os sintomas descritos pelo paciente e observamos as amígdalas, que normalmente apresentam:

  • Aumento de volume (ficam inchadas);
  • Vermelhidão;
  • Presença de placas ou pontos brancos (em alguns casos).

Para distinguir com segurança entre amigdalite viral e bacteriana, é fundamental realizar meios complementares de diagnóstico:

  • Zaragatoa faríngea: Procedemos à colheita de uma amostra da garganta (com um género de cotonete) para análise. Este teste diz-nos se a infeção é causada pela bactéria estreptococo;
  • Exames de sangue (hemograma e transaminases hepáticas): Solicitamos estes exames em casos mais complexos ou quando existe suspeita de mononucleose infeciosa (causada pelo vírus Epstein-Barr). É muito importante fazermos o diagnóstico diferencial entre esta patologia e a amigdalite bacteriana real.

Como tratar uma amigdalite viral?

É crucial esclarecer que os antibióticos não curam a amigdalite viral. Como os antibióticos apenas matam bactérias, tomá-los numa infeção viral é ineficaz e contribui para o aumento da resistência bacteriana.

O tratamento da amigdalite viral é de suporte, focado em acalmar a amigdalite e aliviar o desconforto enquanto o corpo combate o vírus:

  • Controlo da dor e febre: Recomendamos analgésicos e antipiréticos como o Paracetamol ou anti-inflamatórios como o Ibuprofeno;
  • Hidratação reforçada: Beber muita água é essencial para manter a mucosa hidratada;
  • Pastilhas ou sprays: Ajudam a anestesiar localmente a garganta e aliviar a dor ao engolir;
  • Repouso: O corpo precisa de energia para combater a infeção.

Para além disso, é essencial manter uma alimentação adequada. Deve optar por alimentos macios e fáceis de engolir, como sopas, purés, papas, iogurtes, gelatinas e fruta bem madura ou cozida. Devem ser evitados alimentos muito quentes, muito ácidos, picantes ou crocantes, que irritam ainda mais a garganta e aumentam a dor ao engolir. Em algumas pessoas, alimentos frescos (como gelados simples) dão alívio temporário do desconforto.

Quais são as possíveis complicações se não tratada?

Na maioria das pessoas, a amigdalite viral resolve sem consequências. No entanto, podem surgir:

  • Sobreinfeção bacteriana (a garganta piora novamente após aparente melhoria);
  • Otite média aguda, sobretudo em crianças;
  • Sinusite;
  • Desidratação, quando a dor impede a ingestão adequada de líquidos;
  • Raramente, abcesso periamigdalino (coleção de pus ao lado da amígdala), que causa dor intensa de um só lado, dificuldade em abrir a boca e voz “abafada”.

Perante qualquer sinal de alarme, a avaliação médica é essencial.

Existem formas de prevenir a amigdalite viral?

Não é possível evitar completamente todas as infeções virais, mas há várias medidas que reduzem o risco de amigdalite e de infeções respiratórias em geral:

  • Lavar as mãos frequentemente, especialmente depois de espirrar, tossir ou estar em transportes públicos;
  • Evitar partilhar talheres, copos, garrafas e escovas de dentes;
  • Utilizar sempre lenços descartáveis e deitar fora após utilização;
  • Cobrir a boca e o nariz com o antebraço (não com a mão) ao tossir ou espirrar;
  • Manter uma boa higiene oral;
  • Não fumar e evitar exposição ao fumo do tabaco;
  • Dormir o número de horas adequado e ter uma alimentação equilibrada, rica em fruta e legumes.

Estas medidas ajudam a reduzir a probabilidade de infeção e, caso esta ocorra, podem contribuir para que o quadro seja menos intenso.

Perguntas Frequentes

Na maioria dos casos, a amigdalite viral melhora em 3 a 7 dias. A febre costuma desaparecer e a dor de garganta vai diminuindo gradualmente. Se ao fim de uma semana não notar qualquer melhoria, deve ser reavaliado por um médico.

Em termos simples, a amigdalite viral associa-se mais a tosse, nariz entupido e sintomas de constipação. A amigdalite bacteriana costuma ter início súbito, febre alta, dor de garganta intensa, placas de pus marcadas e ausência de tosse. No entanto, só a avaliação médica – e, se necessário, a zaragatoa faríngea – permite uma distinção segura.

Deve-se comer alimentos macios, pouco ácidos e fáceis de engolir: sopas, purés, iogurtes, gelatinas, fruta bem madura ou cozida. Deve-se evitar alimentos muito quentes, ácidos, picantes ou crocantes, que irritam a garganta.

Para aliviar o desconforto pode: beber líquidos mornos, usar analgésicos recomendados pelo médico, recorrer a pastilhas ou sprays de ação local, descansar e evitar falar em excesso. Em algumas pessoas, alimentos frescos (como gelados simples ou iogurtes frios) dão alívio temporário.

Podem ser utilizados analgésicos / antipiréticos para controlar dor e febre e pastilhas ou sprays locais para aliviar a garganta, respeitando sempre as doses e contraindicações. Se os sintomas forem intensos, persistentes ou se surgirem sinais de alarme, é importante consultar um médico.

Na amigdalite viral não se deve usar antibiótico. Quando se confirma uma amigdalite bacteriana, o médico escolhe o antibiótico mais adequado. Em geral, a dor e a febre começam a melhorar ao fim de 24 – 48 horas de tratamento.

Sim. É relativamente frequente, sobretudo em crianças, ter vários episódios próximos no tempo. Pode tratar-se de infeções por vírus diferentes ou de uma amigdalite viral que evolui para infeção bacteriana. Em caso de amigdalites repetidas, é recomendável avaliação por otorrinolaringologista.

Sim, mas nas amigdalites virais o mais típico é a vermelhidão difusa da garganta e das amígdalas. No entanto, podem existir pequenas áreas esbranquiçadas ou exsudado discreto. 

Placas de pus muito evidentes, febre alta persistente e grande mal-estar sem tosse são mais sugestivas de amigdalite bacteriana e devem ser avaliadas pelo médico.

Deve procurar avaliação por um otorrinolaringologista se apresentar algum dos seguintes sinais:

  • Febre alta persistente ou mal-estar intenso, que não melhora com a medicação habitual.
  • Dificuldade em engolir líquidos ou sensação de falta de ar.
  • Dor muito forte de um lado da garganta, sobretudo se tiver dificuldade em abrir a boca.
  • Ausência de melhoria após alguns dias de tratamento sintomático ou agravamento dos sintomas.
  • Episódios de amigdalite repetidos ao longo do ano, com impacto na sua vida familiar, escolar ou profissional.

Agende uma consulta de Otorrinolaringologia

Na Clínica ORL

Morada: Avenida da Boavista, 117 – 6.º andar, Sala 606, 4050-115 Porto, Portugal

Este conteúdo é meramente informativo e não substitui uma avaliação médica personalizada. Agende uma consulta.

Seraphinite AcceleratorBannerText_Seraphinite Accelerator
Turns on site high speed to be attractive for people and search engines.