A laringite é a inflamação da laringe, estrutura responsável pela produção da voz. Pode ser aguda (temporária) ou crónica (persistente), afetando a qualidade vocal, provocando tosse e, em alguns casos, dificultando a respiração. A forma aguda é, geralmente, provocada por vírus e tende a desaparecer espontaneamente. Já a crónica está associada ao uso excessivo da voz ou a fatores como o tabaco e o refluxo gástrico.
A laringite divide-se em dois tipos principais:
É uma inflamação temporária das cordas vocais, com duração inferior a três semanas. Na maioria dos casos, é provocada por vírus e não exige tratamento específico, curando-se espontaneamente.
Na laringite aguda, existe uma variante chamada epiglotite, que inflama a epiglote e pode obstruir a respiração, especialmente em bebés. Trata-se de uma urgência médica.
Manifesta-se em pessoas que utilizam intensamente a voz, como professores, cantores ou locutores. Raramente é fatal, mas pode comprometer a qualidade de vida e desempenho profissional.
As causas variam conforme o tipo de laringite:
O tabaco é um fator de risco importante e pode contribuir para o desenvolvimento de cancro da laringe.
Os sintomas da laringite variam consoante a gravidade e a origem da inflamação, mas geralmente afetam a qualidade vocal e o conforto na garganta. Abaixo, descrevemos os principais sinais e sintomas associados à laringite, desde os mais comuns e ligeiros até aos mais graves, que exigem atenção médica imediata.
A rouquidão ocorre devido à inflamação das cordas vocais, localizadas na laringe. Quando inflamadas, as cordas vocais não vibram normalmente, o que altera a qualidade da voz. Esta pode tornar-se mais fraca, áspera, trémula ou até desaparecer temporariamente (afonia). A rouquidão é frequentemente o primeiro e mais notório sintoma da laringite.
A tosse pode variar consoante a fase e a causa da laringite:
Tosse seca: comum nas fases iniciais ou quando a irritação é mais intensa, sendo uma tosse persistente, sem muco, que pode agravar a inflamação.
Tosse produtiva: ocorre quando há produção de muco (expetoração), especialmente se houver uma infeção bacteriana associada ou extensão da inflamação para os brônquios (laringotraqueobronquite).
A inflamação da laringe torna a fala dolorosa ou cansativa. Muitas vezes, a pessoa sente tensão ou dor na garganta ao tentar falar, especialmente se forçar a voz. Esse desconforto pode ser agravado por esforço vocal excessivo ou exposição contínua a agentes irritantes, como o fumo.
É uma queixa comum e resulta da inflamação da mucosa da laringe. O paciente pode relatar uma sensação de “arranhar” ou ardor na garganta, acompanhada de necessidade constante de limpar a garganta ou engolir. Esta sensação pode ser pior à noite ou ao acordar.
A febre, quando presente, é geralmente moderada (até 38 ºC) e mais comum em casos de laringite de origem viral ou bacteriana. Indica uma resposta inflamatória sistémica do organismo à infeção. Em crianças, a febre pode ser mais evidente.
A dificuldade respiratória pode surgir em casos mais avançados de laringite, especialmente quando há envolvimento da epiglote (epiglotite). Esta situação é mais frequente em crianças pequenas e, embora requeira atenção médica urgente, é pouco comum. Os sinais de epiglotite incluem respiração ruidosa, algum esforço ao respirar, aumento da salivação e sensação de desconforto.
Algumas condições aumentam a probabilidade de desenvolver laringite:
O exame mais utilizado é a nasofibrolaringoscopia, que permite observar diretamente as cordas vocais e a laringe com um endoscópio flexível. É geralmente bem tolerado e pode ser feito com anestesia local (na mucosa do nariz), se necessário.
O tratamento da laringite vai depender se é aguda ou crónica.
A inalação de vapor pode ser útil em ambos os casos, ajudando a aliviar a irritação das vias respiratórias.
O diagnóstico e tratamento da laringite são da responsabilidade da Otorrinolaringologia.
A laringite aguda não tem prevenção específica, por ser causada por vírus. Já a laringite crónica pode ser prevenida com:
A laringite afeta a laringe (responsável pela voz) e a faringite afeta a faringe (parte superior da garganta). São estruturas diferentes com sintomas distintos.
Sim, a laringite é contagiosa e transmite-se como uma constipação comum.
Na laringite viral, apenas é necessário tratar os sintomas com paracetamol ou ibuprofeno. A laringite crónica requer terapia da fala e, em alguns casos, cirurgia.
Não existe um xarope específico eficaz. A maioria dos casos não precisa de medicação específica.
Inalações com vapor de água e chás como gengibre podem aliviar os sintomas. São situações que se limitam a dar um pouco mais de conforto, sem haver grande relação com a cura da própria patologia.
Sim, a tosse é um sintoma frequente e, por vezes, bastante incómodo.
A laringite aguda dura cerca de 7 a 14 dias. A crónica pode persistir durante meses, se não for tratada.
A laringite em si não se transforma em cancro. No entanto, em fumadores, a inflamação crónica pode aumentar esse risco.
Para aliviar a laringite, para além do tratamento propriamente dito, é importante repousar a voz, evitando falar ou sussurrar em excesso, pois isso pode agravar a inflamação das cordas vocais. Manter uma boa hidratação é essencial: beba bastante água ao longo do dia e opte por chás mornos com gengibre, que ajudam a acalmar a garganta. Também é útil humidificar o ambiente com um humidificador ou fazer inalações de vapor para aliviar a irritação. Deve ainda evitar-se o contacto com agentes irritantes, como fumo, ar seco, bebidas alcoólicas ou com cafeína. Caso os sintomas persistam por mais de uma semana, ou surjam sinais como febre alta, rouquidão intensa ou dificuldade em respirar, é aconselhável consultar um médico imediatamente.
Tópico | Resumo |
Tipos de laringite | Aguda (vírus ou bactérias) e crónica (uso excessivo da voz, tabaco, etc) |
Sintomas | Rouquidão (principal sintoma), tosse, falta de ar (em casos graves) |
Diagnóstico | Nasofibrolaringoscopia |
Tratamento | Reforço vocal, descanso, terapia da fala, cirurgia em casos crónicos |
Prevenção | Evitar abuso vocal, parar de fumar, tratar refluxo e manter hidratação |
Médico responsável | Otorrinolaringologista |
Riscos se não tratada | Evolução para cancro (em tabagistas), dificuldades profissionais prolongadas |
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui uma avaliação médica personalizada. Em caso de sintomas persistentes ou dúvidas, agende uma consulta.
Fontes
Na Clínica ORL
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