Disfagia é a dificuldade ou incapacidade em engolir alimentos, líquidos ou saliva, desde a boca até ao estômago. Este sintoma pode surgir de forma súbita ou progressiva, sendo muitas vezes indicativo de doenças neurológicas, estruturais ou funcionais. Reconhecer precocemente os sinais de disfagia é essencial para prevenir complicações como desnutrição, pneumonia por aspiração ou asfixia.
A disfagia corresponde à dificuldade ou incapacidade de deglutir alimentos, líquidos ou saliva. Pode manifestar-se em qualquer idade e surgir de forma aguda ou crónica, transitória ou permanente.
Existem dois tipos principais:
Ambas comprometem a segurança e eficácia do transporte do alimento até ao estômago.
A disfagia é relativamente comum, especialmente em grupos vulneráveis. A sua prevalência aumenta com a idade e com determinadas doenças.
Estudos indicam que:
As causas da disfagia podem ser agrupadas em categorias neurológicas, musculares, estruturais e funcionais. A seguir, explicamos as mais frequentes.
Estas interferem com os centros cerebrais ou nervos responsáveis pela deglutição:
Quando os músculos ou a transmissão nervosa são afetados:
Estas podem bloquear ou dificultar a passagem dos alimentos:
Envolvem problemas diretamente no esófago:
Algumas estruturas externas também podem comprimir o esófago:
A disfagia pode manifestar-se através de vários sintomas físicos e comportamentais. A deteção precoce é essencial.
Entre os sinais mais frequentes estão:
Alguns fatores aumentam significativamente o risco de desenvolver disfagia. Destacam-se:
O diagnóstico da disfagia baseia-se numa abordagem clínica e instrumental:
De seguida, podem ser solicitados exames instrumentais como:
Estes exames ajudam a identificar a fase da deglutição afetada e a definir o plano de intervenção.
O tratamento depende da causa e gravidade, mas visa sempre garantir uma deglutição segura e eficaz.
A terapia da fala é fundamental na disfagia orofaríngea:
Segundo a International Dysphagia Diet Standardisation Initiative (IDDSI):
Se suspeitar de disfagia, deve procurar:
Estes profissionais estão habilitados a diagnosticar e tratar alterações da deglutição.
Deve procurar um profissional de saúde sempre que observar:
O diagnóstico e intervenção precoces evitam complicações graves.
Quando não tratada, a disfagia pode levar a:
A prevenção está relacionada com o controlo dos fatores de risco. Para reduzir a probabilidade de desenvolver disfagia, recomenda-se, por exemplo:
A odinofagia é dor ao engolir (geralmente causada por inflamação). Já a disfagia é a dificuldade física ou funcional em deglutir.
Procure um profissional de saúde, como terapeuta da fala ou otorrinolaringologista. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais.
Sim. A disfagia orofaríngea psicogénica (vulgarmente chamada de “disfagia emocional”), embora rara, é causada por fatores emocionais, sem base estrutural identificável, pode dar origem a alterações nutricionais.
A alimentação deve ser adaptada às recomendações de um profissional de saúde, respeitando as texturas seguras, a posição do corpo e o ambiente calmo.
Depende da causa. Em muitos casos, é possível reabilitar ou compensar a função deglutitória e melhorar a qualidade de vida com o acompanhamento adequado.
Tópico | Resumo |
Definição | Dificuldade em deglutir alimentos ou líquidos. Pode ser orofaríngea ou esofágica. |
Prevalência | Estima-se que afete 8% da população mundial. Mais comum em idosos e doentes neurológicos. |
Causas | AVC, Doença de Parkinson, Alzheimer, tumores, refluxo, intubação prolongada. |
Sintomas comuns | Tosse ao engolir, voz molhada, sensação de alimento parado, perda de peso. |
Diagnóstico | Avaliação clínica + exames como Videoendoscopia da Deglutição (VED), Videofluoroscopia da Deglutição (VFC), Manometria de Alta Resolução. |
Tratamento | Terapia da fala, adaptações alimentares (IDDSI), medicação, cirurgia ou sonda nasogástrica. |
Complicações | Pneumonia, desnutrição, isolamento social, complicações respiratórias. |
Prevenção | Controlo de fatores de risco e atenção aos sinais precoces. |
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui uma avaliação médica personalizada. Em caso de sintomas persistentes ou dúvidas, agende uma consulta.
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