Rouquidão / Disfonia

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O que é a disfonia ou rouquidão?

A rouquidão ou disfonia é uma perturbação da comunicação, decorrente de uma alteração na qualidade da emissão vocal, com limitações na altura tonal e timbre, que implica um condicionamento na transmissão da mensagem verbal.

Possíveis causas de disfonia (rouquidão)

Etiologicamente as disfonias são divididas em dois grandes grupos, disfonias orgânicas e disfonias funcionais.

As disfonias de foro orgânico têm a sua origem em alterações estruturais como nódulos, pólipos, edemas, quistos, e em transtornos neurológicos como paralisia ou paresia unilateral ou bilateral das cordas vocais, doença de Parkinson ou disfonia espasmódica.

Pode igualmente considerar-se o refluxo gastroesofágico como factor desencadeante de disfonia, uma vez que a sua presença é susceptível de afectar as cordas vocais. 

As disfonias funcionais são as que não existe nenhum pressuposto orgânico, podendo ser ocasionadas por uso inapropriado da voz, reiterados abusos vocais, falta de disciplina vocal, podendo ainda aqui serem incluídas as disfonias de índole psicogénica.

Possíveis sintomas relacionados

Os sintomas mais recorrentes que, concomitantemente, podem se encontrar presentes são:

  • Rouquidão
  • Baixa intensidade vocal
  • Voz áspera
  • Variações inusitadas de tom e frequência da voz
  • Esforço ao falar
  • Cansaço vocal persistente
  • Sensação de corpo estranho no pescoço
  • Desconforto ao falar
  • Dificuldade em projetar a voz
  • Episódios de afonia
  • Dor

Fatores de risco

Alguns fatores de risco para a disfonia incluem:

  • Tabagismo
  • Consumo de álcool
  • Exposição a ambientes com ar condicionado
  • Propensão para perturbações alérgicas
  • Propensão para distúrbios gastrointestinais
  • Ocorrência de refluxo gastroesofágico
  • Uso inapropriado da voz

Como é feito o diagnóstico?

Por norma o diagnóstico é feito na consulta de Otorrinolaringologia, mediante a observação por nasofibrolaringoscopia.

Como tratar a rouquidão persistente?

Após o diagnóstico, identificada a etiologia da disfonia, deverá ser feito o encaminhamento para a consulta de Terapia da Fala.

No âmbito do acompanhamento nesta valência, cabe ao terapeuta da fala fazer uma adequada avaliação do doente, expor de forma simples, mas explícita, a realidade presente, explicar os pressupostos que levaram ao estabelecimento do quadro de disfonia e implementar o programa de exercícios apropriado aos fatores etiológicos observados.

É nosso entender que, complementarmente, a metodologia a privilegiar deve prever uma abordagem que vise sensibilizar e envolver o doente em todo o processo terapêutico, de forma a que esteja perfeitamente ciente do propósito de cada procedimento sugerido.

A que médico se deve dirigir para tratar a disfonia?

O diagnóstico deverá ser feito por um Otorrinolaringologista.

Quando deverá procurar um médico?

Se a rouquidão persistir por um período superior a uma a duas semanas, será sensato marcar uma consulta de ORL.

Possível evolução do sintoma se não tratado (possíveis implicações)

Se não houver lugar a qualquer intervenção, nem de ORL nem de Terapia da Fala, seguramente que se irá verificar um agravamento da sintomatologia presente e, no caso de estarmos perante uma disfonia de cariz funcional, esta poderá evoluir para uma disfonia orgânica com o surgimento de nódulos, pólipos, quistos ou edema.

Como prevenir a rouquidão?

Algumas formas de tentar prevenir a rouquidão incluem:

  • Controlar a utilização prolongada e/ou intensiva da voz
  • Tentar manter uma boa postura, designadamente da cabeça e pescoço ao emitir voz
  • Tentar promover momentos de repouso vocal
  • Evitar sussurrar, tossir ou pigarrear
  • Evitar elevar a voz
  • Hidratar o trato vocal mediante a ingestão de água ao longo do dia
  • Evitar o tabagismo e ambientes com fumo de tabaco
  • Reduzir o consumo de álcool, café, chá e bebidas com gás
  • Evitar ambientes climatizados com ar condicionado e/ou com pó
  • Evitar ambientes ruidosos
  • Quando presente, prevenir e tratar o refluxo gastroesofágico

Perguntas Frequentes

Implementar as sugestões elencadas no ponto anterior (na secção “como prevenir”). Se as alterações de voz, nomeadamente, uma disfonia, se prolongarem por mais de uma a duas semanas, deverá marcar uma consulta de ORL.

Sim, pode acontecer. Todo o processo de produção vocal está subordinado ao bom desempenho de um conjunto de estruturas anatómicas que está intimamente dependente da resposta dos diferentes grupos musculares intervenientes. Estes, como qualquer músculo, podem entrar em fadiga, comprometendo o desempenho das cordas vocais, o que acaba por resultar no surgimento de uma rouquidão.

Uma rouquidão subsequente de uma utilização intensiva da voz deverá ser resolvida em pouco dias (2 a 3).

Se a rouquidão persistir por um período superior a uma a duas semanas.

Sem deixar de considerar a existência de uma eventual fragilidade intrínseca do aparelho fonador, é possível observar episódios de rouquidão em bebés quando, por exemplo, choram muito e com uma elevada intensidade sonora.

Relativamente às crianças, em particular às que se encontram em idade escolar, pode surgir rouquidão resultante do comportamento típico desta faixa etária, em que é habitual muita impetuosidade, muita brincadeira, muita gritaria, muita transpiração, complementado com uma reduzida taxa de colaboração quando se lhes é pedido que tenham contenção neste tipo de comportamentos.

Nas crianças em que a disfonia tem tendência para se manter, poder-se-á efetuar um acompanhamento em Terapia da Fala, clarificando desde logo as reservas relativamente à evolução expectável, que se encontra dependente do cumprimento da necessária disciplina vocal e da adesão e cumprimento do programa de exercícios.

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