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Stress: Libertação de Hormonas – Adrenalina e Cortisol

Tabela de Conteúdos

As situações de vida estão dependentes das respostas adaptativas ou não adaptativas no registo da realidade. As adaptações, claramente, preexistem em dois níveis, o interno, estrutural que permite ao individuo “sentir-se bem” com as opções tomadas, sejam ou não do agrado dos outros, e o nível externo, que deve adequar-se ao bem-estar de todos. Nesta medida quer a estrutura interna individual quer as respostas ao coletivo podem ser fator de “eustress” ou “distress”.

O “eustress” é o bom stress, que nos motiva para a ação. O stress pode ser um motivador que provê um incentivo para a tomada de decisão otimizada. Todos precisamos de um pouco de stress nas nossas vidas – para nos mantermos felizes, motivados, prontos para os desafios diários e produtivos. Quando o stress deixa de ser tolerável ou de difícil gestão surge o “distress” – o mau stress; a tensão aumenta, o desafio deixa de ser estimulante, parece não existir alívio, nem fim à vista. Leva a tomadas de decisão frágeis e pobres. Sintomas fisiológicos incluem hipertensão arterial, taquicardia e tensão generalizada. Sendo que a inervação somática toma formas que criam desconforto continuado que pode inclusive, na cronicidade, levar à lesão dos órgãos.

Vamos focalizar-nos no “distress”.

O "Distress"

Nas situações de stress em crise aguda, episódios atuais, a resposta automática é a de fuga ou confrontação “fight” ou “flight”. Nestes casos o nosso cérebro envia impulsos nervosos às glândulas adrenais para segregarem mais adrenalina para o sangue. Isto aumenta a atividade celular para podermos fazer face ao que nos está a pôr nervosos ou assustados. O aumento de atividade celular dá-nos mais energia para aguentarmos a situação ou para nos retirarmos.

Adrenalina

No caso especifico da adrenalina, ela faz com que o coração bata mais depressa, transportando assim mais sangue para todas as partes do corpo, faz com que o fígado liberte mais glicose para o sangue para mais respiração e portanto mais energia, faz com que as arteríolas que vão até aos músculos se dilatem, enviando assim mais sangue e nutrientes às células musculares, faz com que os bronquíolos se alarguem, permitindo assim que mais ar chegue à superfície pulmonar. Logo após este aumento da atividade, a adrenalina é transformada e retirada por enzimas; desta forma, os efeitos não duram por muito tempo. É possível que se sinta enjoado/a, fraco/a, cansado/a e trémulo/a depois de um “flash” de adrenalina deste tipo. O excesso de stress pode resultar numa libertação de adrenalina a mais, resultando numa atividade que é sempre muito elevada. Claro está que a segregação demasiada e a continuidade da tensão aumentada provocará falência geral e quebra do equilíbrio homeostático.

Cortisol

O Cortisol é considerado como a hormona do stress, que ativa respostas do corpo ante situações de emergência para ajudar a resposta física aos problemas, aumentando a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando energia muscular. Ao mesmo tempo todas as funções anabólicas de recuperação, renovação e criação de tecidos são paralisadas e o organismo concentra-se na sua função catabólica para a obtenção de energia. Uma vez que o stress é pontual, superada a questão, os níveis hormonais e o processo fisiológico volta a normalidade, mas quando este se prolonga, os níveis de cortisol no organismo disparam.

O cortisol é uma hormona intimamente ligada ao sistema emocional, que serve para controlar inflamações, alergias, os níveis de stress, diminuir a imunidade, manter a estabilidade emocional, estimular o açúcar do sangue e criar proteínas. Quando o cortisol está alto ou baixo no sangue, poderão existir problemas como aumento do peso ou depressão, enfim a quebra do equilíbrio homeostático, também.

O resumo citado das principais interferências destas hormonas nas respostas automáticas, remetem-nos para a necessidade do equilíbrio emocional e a promoção de uma personalidade flexível e apta às mudanças. A capacidade de respostas mentalizadas e adaptativas à realidade permitem-nos afirmar que o comportamento começa nas perspetivas de vida, na capacidade de mudança, na coragem para a tomada de decisão e para a escolha com base numa individualidade participativa. Só depois chega o corpo e as suas intercorrências. A visão é tudo!