O implante Baha é assim designado pois o acrónimo significa “bone anchored hearing aid”.
Já existe há muitos anos, mas só nas duas últimas décadas entrou verdadeiramente no mercado com uma utilização cada vez maior, uma vez que se trata efetivamente de um excelente método para melhorar a audição de muitas pessoas através de uma intervenção cirúrgica simples, em nada comparada com a intervenção necessária para a colocação de um implante coclear.
O sistema Baha tem indicações precisas e por isso, nem todos os surdos podem ser candidatos à instalação de um sistema Baha.
O sistema Baha tem indicações como surdez neurossensorial unilateral ou situações de surdos com infeção crónica contínua, em que uma prótese convencional não funcionará corretamente.
Adicionalmente, há necessidade de o doente possuir uma condução óssea de boa qualidade.
Através de uma simples intervenção cirúrgica realizada na parte posterior do pavilhão do ouvido, instala-se no osso temporal um pequeno dispositivo que é um implante de titânio, semelhante ao que se usa num implante dentário. Este implante vai futuramente transformar-se em osso (processo de osteo integração).
Este implante é a base na qual se vai adaptar o processador de som que capta o que se passa à volta do doente (componente que fica exterior à pele e que o paciente pode remover por exemplo para tomar banho). O processador transforma os sons em vibrações e envia-as através dum pilar para o implante que, por sua vez, transmite as vibrações através do osso para o ouvido interno.
Este simples instrumento é de enorme utilidade, nomeadamente para as pessoas que já foram submetidas a várias intervenções cirúrgicas ao ouvido com infeção crónica e que não podem utilizar uma prótese auditiva convencional (pois iria prejudicar a situação clínica, além de destruir a prótese auditiva).
Não é obrigatório a utilização de anestesia geral, fazendo-se a maior parte das vezes com anestesia local com assistência anestésica.
O fenómeno mais desagradável para o paciente, que não é raro, é o crescimento da pele à volta do implante. Por esse motivo, há a necessidade de pequenas frequentes intervenções em consultório com anestesia local para remoção da pele em excesso. Este fenómeno é agora menos frequente dado que as dimensões dos pilares foram aumentadas.
À exceção do que acabou de ser mencionado, o pós-operatório é muito bem tolerado, não causando qualquer incómodo ao paciente.
A cicatriz é aquela que existe à volta do implante, na junção da pele com o implante.
A Clínica ORL tem executado um número significativo de implantes Baha, ficando os pacientes satisfeitos com o resultado.
De um modo geral os resultados obtidos com esta simples cirurgia recebem o apoio sistemático do paciente. São raras as circunstâncias em que o paciente opta pela não utilização do implante.
Previamente à cirurgia, na clínica ORL executa-se um teste (mencionado anteriormente na secção de “Preparação”) que serve de estimativa de como será o resultado final pós-cirúrgico. Na realidade o resultado final pós-cirúrgico é habitualmente melhor do que o obtido pelo teste pré-operatório, dado que a pele oferece resistência à passagem do som devido à sua composição.
Tendo um preço muito mais baixo do que um implante coclear, o implante Baha custa mesmo assim acima de 10.000€. A Clínica ORL não interfere com o preço do implante, sendo o preço definido pelas empresas fornecedoras destes equipamentos.
Não existe cuidado pós operatório específico, a não ser evitar traumatismos no local do implante e haver também cautela com a água do banho durante uma semana após a cirurgia.
Os riscos que podem teoricamente surgir são de uma cortical mastóideia fina ou o aparecimento de hemorragia acentuada e inesperada.
Não existe preparação específica para a cirurgia de Baha.
Existe, contudo, um teste feito na Clínica ORL que dá ao paciente uma ideia muito próxima da realidade sobre como irá ficar a ouvir após a colocação do implante. É um teste não invasivo em que se coloca transitoriamente um vibrador, sem causar qualquer desconforto ao paciente, e que permite ao paciente sentir aproximadamente a melhoria auditiva possível. A decisão final do paciente em prosseguir com a cirurgia depende quase sempre do resultado deste teste.
Outro fator que tem grande importância na decisão de avançar ou não para a cirurgia é a situação da condução óssea, referida anteriormente. A condução óssea é medida com a execução de um audiograma. A partir de certa perda de condução óssea, não vale a pena sequer prosseguir com a execução deste método Baha, pois o resultado será nulo.
A grande vantagem do Baha é a simplicidade da sua aplicação, aliada aos bons resultados que aufere. Outra vantagem é que, em certas circunstâncias, o implante Baha é a melhor solução para o problema infeccioso recidivante que o paciente pode apresentar.
Como desvantagem é que nem todos os pacientes são candidatos a um implante Baha e que existe elevada dependência da condução óssea nos resultados finais.
Tal como com o implante coclear, a duração do implante é de muitos anos. Há, no entanto, relatos na literatura de extrusão do implante (o corpo do paciente rejeita o implante).
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