Estapedectomia é o termo inicialmente utilizado para identificar a intervenção cirúrgica cuja finalidade é melhorar a surdez secundária à doença chamada otosclerose.
Esta intervenção, que já é feita há muito tempo, somente nos anos 60 ganhou credibilidade, dada a consistência de bons resultados cirúrgicos obtida por um cirurgião chamado John Shea. Nessa altura era designada de estapedectomia, pois inicialmente a intervenção incluía a remoção total do osso chamado estribo. Mais tarde, por volta dos anos 80, em França, o Dr. Causse e principalmente o seu filho, Jean-Bérnard Causse, modificaram a técnica no sentido conservador mantendo a quase totalidade da platina do estribo. Desta forma, eles executavam a cirurgia fazendo um orifício pequeno no terço posterior da platina do estribo, orifício este que iria receber a prótese que o cirurgião decidia utilizar. A cirurgia passou a designar-se de estapedotomia.
É geralmente admitido que a estapedotomia, sendo uma intervenção mais conservadora do que a estapedectomia, proporcione globalmente resultados cirúrgicos ligeiramente melhores do que a estapedectomia, nomeadamente no que concerne ao tipo de pós- operatório que os doentes têm.
A maioria dos cirurgiões atualmente executa a intervenção de estapedotomia, ainda que por vezes, por motivos diversos, o cirurgião possa acabar por executar estapedectomia.
A estapedotomia está indicada para os doentes que têm a doença chamada otosclerose ou otoespongeose.
A intervenção pode ser realizada sob anestesia local com sedação, mas, atualmente, a maioria dos pacientes prefere ser intervencionado sob anestesia geral.
O ouvido médio é explorado através do canal auditivo externo levantando um retalho cutâneo de dimensão suficiente para que os três ossos do ouvido médio sejam visualizados. Palpando estes três ossos (martelo, bigorna e estribo) verifica-se que os dois primeiros são móveis e o estribo está fixo. O exame microscópico ou endoscópico cuidadoso, em casos de otosclerose, mostra que osso da parte anterior do estribo é de cor nacarada diferente. É a doença otosclerótica. Este osso fixa o estribo e causa surdez no paciente.
A cirurgia consiste em remover as áreas do estribo chamadas crura anterior e crura posterior, a execução de orifício de estapedotomia e colocação de prótese, a mais frequente das quais é a prótese de Causse, entre a bigorna e o mencionado orifício da platina do estribo. Outras próteses incluem a prótese de Robinson e a prótese de Lippy.
Anestesia geral é a mais frequentemente utilizada, mas pode ser utilizada anestesia local com assistência anestésica.
É habitual haver alguma perda de equilíbrio nos primeiros dias após a cirurgia, complicação que tem tendência ao desaparecimento espontâneo.
O pós-operatório é de um modo geral excelente, nomeadamente no que se relaciona com a ocorrência de dor, algo que é extremamente raro de acontecer.
Ao fim de 1 semana é normal o paciente voltar ao seu dia a dia habitual.
A cicatriz obtida depende da técnica cirúrgica utilizada para proteger o orifício de estapedotomia. Pode utilizar-se veia, pericôndrio, gordura, sangue ou nada. A cicatriz vai depender do tipo de material usado. A cicatriz interna ao nível do canal auditivo externo não é visível exteriormente e dois ou três meses depois não há evidência de qualquer cicatriz.
A Clínica ORL tem uma larguíssima experiência em cirurgia de estapedectomia, uma vez que exerceu a sua atividade nas décadas em que a otosclerose foi mais frequente, que foram as décadas de 70, 80 e 90. Quando a vacinação contra o sarampo se tornou rotina, o número de casos de otosclerose baixou de uma maneira muito significativa. A Clínica ORL já realizou mais de 1.500 estapedectomias no seu historial cirúrgico.
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A estapedotomia é uma das cirurgias executadas no corpo humano que melhores resultados cirúrgicos apresentam. É habitual obter-se excelentes resultados em 96% dos casos. 3% dos pacientes não apresentam resultados satisfatórios e 1% apresenta perda auditiva que pode ser total.
O preço da estapedectomia é regulado pelas seguradoras. Caso queira saber o preço, deverá contactar a sua seguradora. Caso não tenha seguro, deverá contactar diretamente a Clínica ORL de forma a receber um orçamento após avaliação em consulta.
A “cirurgia da otosclerose” é chamada de estapedectomia, quando todo o osso (estribo) é removido e substituído por prótese, sendo a janela oval coberta por diversos tipos de material ou nenhum. Na estapedotomia é feito unicamente um pequeno orifício na platina do estribo para receber a prótese que vai ser utilizada.
Há necessidade de saber se o paciente toma aspirina ou qualquer outro anticoagulante, pois nesse caso será mais sensato adiar a cirurgia no mínimo uma semana, dado que uma hemorragia significativa pode ter consequências nefastas no resultado cirúrgico.
O paciente deve ser informado minuciosamente sobre a técnica cirúrgica que o cirurgião vai utilizar, assim como riscos dessa mesma cirurgia.
Tal como qualquer intervenção debaixo de anestesia geral, a estapedectomia pode apresentar riscos ligados à anestesia ou à cirurgia propriamente dita. O risco mais importante da estapedectomia é sem dúvida a possibilidade de perda auditiva total, e em segundo lugar o aparecimento de paralisia facial periférica após a cirurgia, que é um fenómeno extremamente dececionante para cirurgião e paciente.
Ao fim de 15 dias o paciente está apto para regressar ao trabalho, exceto em profissões específicas, tais como piloto de avião ou profissionais de mergulho aquático, em que as variações da pressão podem ter grandes repercussões na cirurgia executada.
A estapedectomia é uma intervenção cirúrgica em que, ao contrário de muitas outras cirurgias, não é exigido ao paciente algum tipo de comportamento complicado no período pós operatório imediato. Assim, o paciente não tem necessariamente que ficar “detido no leito”, antes pelo contrário, deve procurar ter uma vida tão normal quanto possível, já que habitualmente não há dor.
Ao fim de 8 dias o paciente é reexaminado pelo cirurgião no sentido de lhe ser removido um tampão deixado no canal auditivo externo na altura da cirurgia. O ouvido é limpo de serosidades normais, podendo o banho higiénico ser feito praticamente de maneira normal, evitando-se a entrada deliberada de água no ouvido operado.
Um mês depois o paciente é de novo observado, sendo o exame complementado com a execução de um audiograma que será a demonstração objetiva do tipo de resultado obtido naquela cirurgia.
Ao fim de 15 dias.
É habitual obter-se excelentes resultados em 96% dos casos. 3% dos pacientes não apresentam resultados satisfatórios e 1% apresenta perda auditiva que pode ser total.
Habitualmente é necessário a utilização de uma prótese auditiva. Excecionalmente pode fazer-se uma exploração do ouvido para se ter certeza do que não ficou bem e, se possível, corrigir, pois, neste caso, poderá ainda obter-se um bom resultado cirúrgico.
Se o resultado for bom, não é normal. Contudo, pode haver sensação de ouvido entupido mesmo com bom futuro resultado.
Sim, é possível. Se houver deslocamento, é possível que haja alteração auditiva e necessidade de uma reintervenção.
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