mulher com zumbido na cabeça
Otorrinolaringologia
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Zumbidos na Cabeça: o que pode ser?

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Já alguma vez sentiu um som estranho, como um apito, chiado ou até um zumbido persistente nos ouvidos… mesmo quando tudo à sua volta está em silêncio? Se sim, não está sozinho. Este fenómeno, conhecido como tinnitus, afeta milhares de pessoas em Portugal e pode tornar-se um verdadeiro desafio para o bem-estar diário.

O zumbido é uma perceção sonora que não provém de nenhuma fonte externa. Ou seja, é um som “criado” pelo próprio corpo. Pode surgir num ou nos dois ouvidos, variar em intensidade e tipo de som (zumbido, apito, assobio, etc.) e ser constante ou intermitente.

Possíveis causas do zumbidos na cabeça

As causas podem ser muitas, e variam de pessoa para pessoa. Eis algumas das mais comuns:

  • Exposição prolongada a ruído alto (concertos, fones de ouvido, máquinas industriais);
  • Envelhecimento natural (presbiacusia);
  • Doenças do ouvido como otosclerose ou doença de Ménière;
  • Certos medicamentos,como alguns antibióticos, anti-inflamatórios, diuréticos ou antidepressivos, que podem ter efeitos tóxicos sobre o ouvido interno;
  • Problemas cardiovasculares;
  • Stress, ansiedade e distúrbios do sono;
  • Tumores benignos, como o schwannoma do acústico.

Como o cérebro interfere no zumbido

Curiosamente, o zumbido não está apenas ligado ao ouvido, o cérebro também tem um papel importante neste fenómeno.

O modelo neurofisiológico de Jastreboff mostrou que o zumbido pode ser amplificado por sistemas cerebrais ligados às emoções (sistema límbico) e à resposta ao stress (sistema nervoso autónomo).

Em termos simples: quanto mais stress, ansiedade ou insónia tiver, mais “alto” pode parecer o zumbido. É como se o cérebro focasse a sua atenção nesse som, dando-lhe mais importância do que ele realmente tem.

Possíveis sintomas associados

Dependendo da causa subjacente, o zumbido na cabeça pode vir acompanhado por:

  • Perda auditiva;
  • Vertigens;
  • Dificuldade de concentração;
  • Irritabilidade;
  • Perturbações do sono.

Como é feito o diagnóstico?

Não há um teste direto para “analisar” o zumbido propriamente dito. O diagnóstico baseia-se no relato do paciente. O especialista analisa o historial clínico e realiza exames como:

Existe tratamento para o zumbido?

Embora o zumbido nem sempre possa ser completamente curado, existem formas eficazes de reduzir a sua perceção e melhorar a qualidade de vida. Uma das principais abordagens é o uso de próteses auditivas, que, ao amplificarem os sons externos, ajudam a mascarar o zumbido, sobretudo em casos com perda auditiva associada.

Outras estratégias incluem a Terapia de Habituação (TRT), que visa treinar o cérebro a ignorar o zumbido, combinando aconselhamento profissional com terapia sonora. Além disso, o controlo do stress — através de técnicas de relaxamento, psicoterapia ou ansiolíticos — é importante para diminuir o impacto emocional do zumbido, especialmente em casos mais severos.

Há formas de prevenir a sensação de zumbido na cabeça?

Não há uma forma garantida de prevenir, mas pode reduzir o risco se:

  • Evitar exposição prolongada a ruídos fortes;
  • Controlar o stress;
  • Evitar automedicação;
  • Manter um estilo de vida saudável.

Quando procurar ajuda médica?

Se o zumbido durar mais de um mês, especialmente se for persistente ou acompanhado de perda auditiva ou vertigens, deve consultar um otorrinolaringologista. Em casos específicos, outros especialistas podem ser envolvidos, como neurologistas, psicólogos ou internistas.