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Otorrinolaringologia Infantil
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Avaliação da criança com neuropatia auditiva

Tabela de Conteúdos

O que é a neuropatia auditiva?

neuropatia auditiva, também designada por dissincronia auditiva, relaciona-se com uma falta de sincronia na passagem do estimulo elétrico pelas vias auditivas.

 

Causas da neuropatia auditiva

Pode ocorrer em associação com condições específicas (prematuridade extrema, anoxia, hiperbilirubinemia, hidrocefalia). Existem, ainda, casos de neuropatia auditiva associados a outras neuropatias periféricas, como sejam, a ataxia de Friedreich ou síndrome de Charcot-Marie-Tooth. Normalmente a causa mais comum de neuropatia auditiva está relacionada com lesões ao nível das células ciliadas internas (CCI) ou membrana tectorial na cóclea, alterações na libertação dos neurotransmissores (Glutamato, Gaba…) entre as CCI e as fibras do gânglio espiral de Corti, ou entre as fibras do nervo coclear, ou ainda devido a desmielinização do próprio nervo.

Como diagnosticar a neuropatia auditiva?

No Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU), dependendo da tecnologia utilizada a neuropatia auditiva pode não ser detetada em bebés. Dada a sua baixa incidência, o Comité “Joint Committee on Infant Hearing” (JCIH) recomenda, no RANU, o uso de testes objetivos de Potenciais Automáticos (PA) e de Otoemissões Acústicas (OEA). Estes testes fornecem registos não invasivos da atividade fisiológica do ouvido. Há, no entanto, diferenças importantes entre os dois testes. As OEA medem a resposta fisiológica das células ciliadas externas da cóclea, enquanto os PA refletem tanto o estado coclear, como a função neural auditiva que se estende para além da cóclea no tronco cerebral.

As características audiológicas da neuropatia auditiva implicam o estudo conjunto das OEA, PA e pesquisa de reflexos acústicos estapédicos (contração muscular involuntária do músculo do estribo, um dos 3 ossículos do ouvido médio, em resposta a estímulos sonoros de forte intensidade). Assim sendo, na neuropatia auditiva, o resultado “falha” nos PA, mas “passa” nas OEA e os reflexos acústicos estão ausentes ou muito elevados.

Os testes auditivos comportamentais, quando se conseguem fazer, são caracterizados por limiares flutuantes e instáveis. Pode ser difícil obter uma participação capaz por parte da criança, nestes testes que exigem a sua colaboração, por normalmente estar associado um envolvimento neurológico.

Alguns bebés que passam no RANU serão identificados mais tarde como hipoacúsicos. Embora essa surdez detetada posteriormente possa refletir uma manifestação tardia ou uma perda progressiva da audição, as tecnologias de RANU não identificam crianças com surdez ligeira. O limiar auditivo detetado nos PA, usando o protocolo do RANU é ligeiramente maior (40 a 45 dB HL) em comparação com a tecnologia das OEA (30 ou 35 dB HL). Portanto, há a possibilidade de limiares auditivos entre 25 e 40 dB HL passarem despercebidos ao realizar os PA. Por outro lado, a tecnologia de OEA não consegue detetar a neuropatia auditiva, não sendosuficiente para determinar os limiares auditivos, não podendo ser utilizada isoladamente para determinar as especificações dos aparelhos auditivos na re(h)abilitação auditiva. É importante lembrar que crianças com neuropatia auditivaou outras patologias auditivas centrais apresentam OEA normais, não tendo, no entanto, uma função auditiva normal.

Assim, é de realçar a importância dum mais correto e precoce diagnóstico auditivo para uma mais rápida intervenção, em tempo útil, reduzindo, assim, as consequências irreversíveis para a criança.

Os pais e/ou cuidadores da criança devem ser mantidos informados de todos os resultados das avaliações e intervenções necessárias.

Ver Artigo >>> http://stopcancerportugal.com/2020/02/17/avaliacao-da-crianca-com-neuropatia-auditiva/

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